domingo, 30 de dezembro de 2007

Auto da Nova Chance

Essa eu fiz inspirado nos Autos de Gil Vicente
Tá, nao tem nada ver com os textos dele, mas a idéia do texto me inspirou =D

Auto da Nova Chance

-Traficante
Nem muito bem eu nasci,
já vivi e já morri !

-Deus
Aqui mandei te chamar
pois tenho algo a perguntar.

-Traficante
Ih caraca! Tu é Deus!
Já me sinto um dos seus!

-Deus
Pensas que vou te salvar,
tu que viveste a roubar?
Por que foste, meu filhinho,
te perder no mal caminho?

-Traficante
Eu não nasci muito mal,
eu era até bem legal.
Mas a tal necessidade
superou a minha vontade
de não ser um criminoso,
tão cruel e tão maldoso,
neste mundo perigoso.
Mas estou mesmo sentido,
de verdade arrependido,
destinado a mudar!

-Deus
Então, filho, vou te dar
uma oportunidade
de poder nascer de novo
naquela comunidade.
Ensinando o não-roubar,
aí sim, vou te salvar.

-Traficante
Oh meu Pai! Muito obrigado!
Bem me sinto aliviado
por ter sido perdoado!
Oh meu Deus! Seja louvado!

-Deus
Sejas tu abençoado.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Aventureiros

(Essa poesia eu fiz inspirada no filme "Diários de uma motocicleta", em parceria com meu amigo Brenno Corrêa)

Aventureiros

Sedentos pelo desconhecido
Saíram sem rumo
Somente com o sonho
De um dia chegar

Atravessando fronteiras
Rompendo barreiras
Lidando com o medo
Seguem os aventureiros
Com um brilho no olhar.

Lições valiosas
Não imaginavam
Que suas viagens
Fossem lhes trazes.
Índios, camponeses,
Marginalizados.
Gente maravilhosa
Que não iriam se esquecer.

Encontrando em seu peito
Pelo poder do preconceito
Um vulcão adormecido
Preparado para lutar.
Com a esperança
De um mundo melhor trazer
Para toda a sua gente
E vê-la mais feliz
Quando novamente viajar.

E partindo novamente
Para um futuro doente
Onde almas impuras
Ascendem ao paraíso
Segue o aventureiro
Deparando-se com o fim,
Com o mesmo sorriso
De um jovem imaturo
Que um dia ousou
Viajar.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Lembranças

Às vezes passo horas me perguntando
Se realmente há vantagem em ter
Lembranças tão nítidas, mesmo quando
Algumas tanto me fazem sofrer

É a vida, pois vejo-a passando...
É o trauma, que muito me fez temer
situações tão banais...é o bando
De verdades que antes não pude ver...

Lavas emergindo a cada momento,
Não posso nem ao menos escondê-las
E acabo sofrendo este sofrimento

Vil, impiedoso, causado pelas
Lembranças, que amargam meus pensamentos...
Lembranças, lembranças...como esquecê-las?

domingo, 23 de dezembro de 2007

Incertezas

Mesmo que eu não a veja novamente,

Isso já não será mais importante;

Para lembrar-me dela, eternamente,

Só aquela tarde foi o bastante


Assim como o sorriso que me fez,

contagiado, amanhecer sorrindo

Mesmo que eu não a veja uma outra vez,

Ter estado junto à ela foi lindo


Será melhor não criar esperanças

E dar-me satisfeito co'as lembranças

Dela e do momento em que a beijei?


Será melhor de tudo eu esquecer?

Temo que eu esteja certo em não crer

Que eu algum dia novamente a verei

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Apenas mais um blog ?




É, quase isso. Eu, particularmente, não tenho paciência para blogs, mas senti-me na necessidade de criar um para, literalmente, publicar os poemas que eventualmente faço. Então, este blog é para aqueles que gostam de poesias e curtem ler coisas novas, e não para falar da minha vida, do meu colégio e sobre o que eu comi ontem, apesar de que aquela lasanha estava divina...

Bem, sem mais delongas, publicarei o poema que deu origem ao nome do blog. É possível que você já tenha lido coisas semelhantes, mas certamente não leu este poema:



Aurora poente

Após curto momento de agonia

Lábios sorriem novamente: é dia

Novas luzes são lançadas

E as frontes, iluminadas,

Recomeçam a trilhar, com louvor,

Estradas do caminho redentor


Então tudo se resume em festejo,

E ao menor sinal de sono, em bocejo,

E em sofridas madrugadas

- noites todas acordadas-

Ouvindo a sinfônica choradeira

Sendo regida pela mamadeira


E se pedirmos que passe depressa

Lamentaremos que tenha passado

A época em que tudo era

Desenhos à giz de cera

Assim, sem que percebamos, começa

Outra lição - sublime aprendizado


Depois, dia após dia, as descobertas

De virem, uma a uma, estarão certas

Ah! Eternas amizades,

Pétalas à flor da idade!

Quase tudo é motivo p'ra sorrir!

Mas...a vida continua a seguir


E então, um dia inteiro se passou...

Infeliz de quem não aproveitou

E só se deu conta agora

Que o dia está indo embora

E o tempo, pouco a pouco, vai passando...

E o sol no horizonte vai baixando...


E só quem viu a luz inicial

Pode saber como é triste o final:

Se apagam todas as luzes,

Por todo o horizonte há cruzes...

Mas não chores pela aurora poente;

Amanhã, o sol nasce novamente !